Apesar de um sistema universal de saúde propor que a população tenha atendimento e os direitos de acesso aos serviços de forma igual, não é este o cenário apresentado no Relatório de Desigualdades Raciais, realizado por Marcelo Paixão, professor do Instituto de Economia (IE) da UFRJ e membro do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser).
O estudo mostra que o sistema de saúde brasileiro trata de forma desigual pretos e pardos em comparação à população considerada branca. Entre os dados coletados, o percentual de pretos e pardos atendidos pelo SUS, e que não avaliaram o sistema de forma positiva, está em 17,4% contra 12,2% de brancos.
Ao comparar o número de homens e mulheres que não procurou atendimento de saúde mesmo tendo necessidade com o total de pessoas que buscaram o serviço, os números apontam que, entre os homens, 35,2% eram pretos e pardos e 15,9% brancos. Entre as mulheres, 26,1% eram pretas e pardas e
13,1% brancas.
Ainda assim, o estudo indica que a população preta e parda demanda mais atendimento do SUS do que a população branca. No total de óbitos por razão desconhecida decorrente de falta de atendimento, 47% eram pretos e pardos, 31,1% eram brancos e 21% tiveram a cor ignorada.
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