Rio -  O assédio moral no trabalho representa um jogo de poder que violenta, humilha e intimida pelo medo, e que, sobretudo, afeta a saúde e o desempenho de trabalhadores e trabalhadoras. Essa tem sido uma trágica realidade para os profissionais de enfermagem, em especial para o imenso contingente feminino da categoria, que se vê violentado cotidianamente, seja pela imposição de uma relação de subordinação injusta a outros profissionais de mesmo grau de escolaridade e responsabilidade, seja pelas condições desiguais de trabalho, salário e jornada a que estão obrigados.
Mesmo diante das dificuldades, há duas atitudes fundamentais e imprescindíveis a serem adotadas: a denúncia dos agressores e a divulgação ampla de informações e a adoção de medidas, como a organização de Câmaras Técnicas, comissões estaduais ou locais de acompanhamento e fiscalização. Essas medidas são de extrema urgência, em especial para orientação da categoria e a busca da defesa de seus direitos quando do desrespeito à legislação em vigor.
É fundamental orientar o profissional a não se isolar, buscar apoio junto a suas entidades de representação. Mostrar aos agressores que o profissional não está sozinho e que existe mobilização para enfrentamento.
Desde os bancos escolares é preciso estimular a colega a não se intimidar e jamais deixar de denunciar. A denúncia representa a melhor arma no combate, evitando que surjam novas vítimas. A Lei do Silêncio só protege o agressor, e não a vítima, garantindo a impunidade.
O medo de demissão e de represálias deixam muitos trabalhadores sem atitude. O Conselho Federal precisa se mobilizar para enfrentar essa questão de maneira objetiva, conclamando as demais entidades de representação da categoria a se organizar para o combate a essa violência cotidiana sofrida pela categoria.
Deputada estadual pelo PCdoB e membro da Comissão de Saúde da Alerj