Conselho fez denúncia ao Ministério Público sobre as condições do JP II.
A sugestão do Coren é transferir os pacientes do pronto-socorro.
Após denúncia do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) de Rondônia ao Ministério Público (MP) sobre a situação de trabalho de servidores e atendimento dos pacientes no Pronto-Socorro João Paulo II (JP II), representantes da saúde de Rondônia e do MP realizaram reunião, nesta quarta-feira (26) em Porto Velho, com o objetivo de buscar alternativas para resolver os problemas. As queixas estão ligadas à reforma realizada na rede de esgoto do JP II. De acordo com a denúncia, técnicos, enfermeiros e pacientes estão expostos a poeira, barulho, dentre outros fatores que atrapalham o trabalho e a recuperação das pessoas internadas.
José Waldiney da Silva, conselheiro de enfermagem do Coren, afirma que houve várias denúncias ao Coren que desencadearam a ação do conselho. "O JP II está como um campo de batalha. Até para você andar é preciso pular e dar um jeito para não pisar em cima do paciente. Ontem (25), havia nove pacientes com fratura exposta sem o mínimo de atendimento porque não tinha condições. Há outro paciente que foi operado há seis dias e continua no centro cirúrgico porque não tem leito. A maioria dos pacientes está no chão. Os profissionais estão atendendo os pacientes no chão e isso pode causar infecção cruzada nos pacientes, além de prejudicar a saúde dos nossos profissionais", alerta José Waldiney.
O Conselho de Enfermagem fez visitas ao JP II e constatou a real situação. "Não somos contra a reforma, ela é extremamente necessária. Mas é preciso que encontrarmos uma situação para resolver o problema de poeira, barulho, pacientes misturados com obras, na porta de necrotério, entre vários outros casos", afirma o conselheiro.
Hildon Chaves, promotor de Justiça da Saúde, afirma que a situação é pior ainda. "A reforma é necessária. Esse é mais um problema. A saúde em Rondônia está parada. O governo não tem pago fornecedores. O Hospital do Câncer, recém-inaugurado, não recebeu as verbas. Isso é uma situação muito difícil. Estamos falando de um pré-colapso. O hospital está lotado principalmente pela falta de materiais, insumos. As pessoas não conseguem fazer as cirurgias nem o JP II nem no Hospital de Base. Logo, o paciente não recebe alta e o novo que chega vai para o chão, porque não tem mais leito. A estrutura está travada. A consequência mais visível é a superlotação", argumenta o promotor.
De acordo com o promotor, todos os dias as pessoas chegam para solicitar mandados de segurança visando diversos serviços na saúde, principalmente, conseguir leitos no pronto-socorro.
É o caso do funcionário público Jefferson Alencar que trouxe o pai de 62 anos de Ariquemes, RO. Ele está internado desde a segunda-feira (24) esperando por uma vaga na Unidade de Terapia Intensita (UTI). "Meu pai está no setor de emergência e não consegue ir para a UTI por falta de vaga. Ele precisa fazer exames e também não consegue porque os aparelhos estão quebrados. Tentei levar para algum hospital conveniado para fazer os exames, mas fui informado que não há ambulância que possar levar meu pai para fazer o exame", desabafa Jefferson.
A sugestão do Coren é que os pacientes sejam removidos do pronto-socorro até o final da reforma.
Sesau
O secretário de Saúde, Gilvan Ramos, disse que a obra de esgotamento sanitário começou há cerca de duas semanas e que "quando foi constatado o problema" os pacientes começaram a ser transferidos para o Hospital de Base Ary Pinheiro. De acordo com Gilvan, 40 leitos do PS João Paulo II foram desativados e voltarão a atender após o término da obra, que tem prazo de 60 dias para ser concluída.
O Pronto-Socorro João Paulo II tem 137 leitos e com a redução mantém 97.
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