Salário digno para os profissionais de Enfermagem

Projeto de Lei 2573/2011, que fixa pisos salariais para Enfermeiros, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiras. Altera Lei 7.498/86, que regulamenta o exercício da Enfermagem. Projeto de Lei 4924/2009, que fixa pisos salariais para Enfermeiros, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiras. Altera Lei 7.498/86, que regulamenta o exercício da Enfermagem.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O SUS QUE QUEREMOS.

Camaradas.

Penso que o ataque principal ao SUS não ocorreu na madrugada do dia 13 dezembro de 2007, quando o Senado Federal extinguiu a CPMF.

Ele aconteceu muito antes, quando ainda era SUDS, continuou até o fim do imposto para a saúde, mas ainda esta em curso hoje.

À época do SUDS se dava pela roubalheira promovida por empresas particulares de saúde, prefeituras e governos estaduais corruptos que falsificavam procedimentos, inventavam internações e desviavam remédios e dinheiro.

A diabólica aliança entre a mídia e a dupla PSDB e DEM foi apenas uma etapa deste processo de desmoralização e de ataque contra a CPMF, e o próprio SUS (Entendido equivocadamente como a saúde dos pobres)

O que a Fiesp nem nenhum outro órgão representante da classe dominante divulgou é que o deslocamento da base da atenção à saúde fez e ainda faz com que se pense em saúde de modo hospitalocêntrico e medicalizador, em detrimento da saúde preventiva e da promoção da saúde e da coletividade.

Ora, o SUS pode empoderar os operários que podem passar a achar que podem e isto é muito arriscado. Pensava a direita e seus astecas.

Por que o governo precisa de 40 bilhões de Reais, para pagar a saúde dos pobres. Não isto não pode, vamos extinguir o imposto. E o fizeram porque nós dormimos no ponto.

Quanto esse montante poderia assegurar em Prevenção, promoção da saúde e proteção? Quantas contratações de profissionais da saúde seriam necessárias? Não sei. Certamente muito menos do que com esta lógica hospitalocêntrica que consome muito mais tecnologia de ponta e que atende a um número muito menor de pessoas.

Quantas mortes poderiam ter sido evitadas? É difícil de calcular, mas certamente muito menos trabalhadores adoeceriam porque teriam acesso ao cuidado preventivo.

A elite brasileira utiliza o SUS. Para fazer cirurgias caríssimas de altíssima complexidade e para receber os cuidados que seus planos de saúde não cobrem ou para que seus médicos particulares utilizem os equipamentos e as instalações que os pobres nem sabem que existe no SUS, como é o caso dos serviços de Reprodução Humana.

Às mulheres ricas que não podem ter filhos dá-se o direito à inseminação artificial eatravés de alta tecnologia como FIV, ICSI e outras, enquanto às mulheres pobres que podem ter filhos se tira este direito através da esterilização em massa e da marginalização daquelas que se atrevem a ter mais de um filho. (Para que pobre quer mais filhos?)

A lógica das críticas demonstra que mais uma vez podemos estar lutando por algo errado.

O SUS que precisamos não é o SUS HOSPITALOCÊNTRICO E MEDICALIZADOR!!!!!!!

O SUS que precisamos e queremos é aquele baseado na Estratégia de Saúde da Família (ESF), onde os Agentes de Saúde utilizam os conhecimentos populares desprezados pelos poderosos ao longo de décadas. Quem disse que o povo pode saber alguma coisa?

A população deveria estar preocupada em acabar com o mecanismo que determina fila nos hospitais de alta tecnologia porque o operário, a dona de casa e o estudante não consegue acessar os cuidados e a atenção que precisa em sua comunidade, no seu bairro, na sua cidade.

A sonegação, a lavagem de dinheiro, e a corrupção parece que começou a existir hoje. Como era a 15 anos atrás? e a 20?

O movimento Sanitarista Brasileiro foi responsável pelo nascimento do SUS. Como Sanitarista eu bem sei disto, foi verdadeiramente um vigoroso movimento democrático e patriótico e que pensou o SUS com uma dimensão que nega o hospitalocentrismo e a medicalização como a norma vigente no cuidar.

A Constituição da República realmente prevê a saúde como direito de todos, e dever do Estado. Mas o que temos que ressaltar é que o SUS é vanguarda porque enxerga saúde de um modo diferente do paradigma vigente. Muito mais do que garantir o acesso universal e integral às ações e aos serviços de saúde, o que o SUS pretente é mudar o paradigma da atenção à saúde. Uma grande mudança que nos conduzirá a uma grande conquista social e que realmente é assegurada constitucionalmente, algo com essa abrangência, é realmente raro de se encontrar no mundo.

Então, precisamos fortalecer o SUS.

O SUS que protege e promove a saúde, que previne as doenças e que combate os agravos. Sempre a partir de uma dimensão de saúde baseada no empoderamento das massas populares.

Isto não significa negar a necessidade da existência de atenção secundária, terciária e quartenária. Apenas conduz o financiamento a uma nova racionalização dos recursos. Cada centavo investido em prevenção poupa reais na recuperação de saúde. Assim, com menos pessoas adoecendo, as filas nos hospitais deixariam de existir, porque para lá só iriam aqueles que não conseguissem prevenir seus agravos ou combatê-los com o saber popular, com ações na segunda faixa de complexidade.

Este é o SUS que temos que defender.




Enfermeiro Washington

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